Nascido em Belo Horizonte no ano de 1953, Anderson Lemos Birman, ao lado do irmão, deu início ao império de calçados femininos no país e que também vem conquistando seu lugar no mundo. Com a veia empreendedora sempre presente e muito incentivado pelo pai, Henrique Lemos Birman, Anderson é um exemplo de paixão pelo que se faz.
O despertar do empreendedorismo aconteceu quando o irmão, Jefferson Birman, aos 21 anos, foi abordado por um fabricante interessado no modelo de seu sapato, sendo convidado a ceder seu calçado em troca de qualquer outro que o fabricante produzia. Aceitando a proposta, o jovem frequentou a fábrica durante 2 meses, até que decidiu abrir a própria marca de calçados junto com Anderson, que estava com 18 anos. Logo, os irmãos pegaram dinheiro emprestado do pai e fundaram a Arezzo na garagem de casa, produzindo cerca de 50 pares por semana.
A empresa foi inaugurada em 1972 e seu nome foi retirado de um mapa da Itália, onde notaram uma cidadezinha chamada Arezzo (que se pronuncia arê-tso) na região da Toscana. A palavra encantou os fundadores e foi escolhida para estampar a fachada da modesta sapataria, que inicialmente produzia calçados masculinos e vendia para lojas multimarcas.
“Eu sempre atribuí como fórmula de sucesso, o trabalho. O envolvimento, a paixão e a dedicação com aquilo que faz é a razão do nosso sucesso.“
Em 1974, direcionou-se para o mercado feminino por questões estratégicas e, 2 anos depois, inauguraram a primeira loja própria. Com muita paixão pelo que faziam, os irmãos conseguiram fazer da marca um sucesso. Tanto que, na década de 1980, consolidou-se com uma fábrica de calçados na cidade de Campo Bom, Rio Grande do Sul, com capacidade produtiva de 2 milhões de pares por ano.
O ano de 1986 foi marcado pela inauguração da primeira loja no sistema de franquias e pouco depois abriram a primeira loja conceito na badalada rua Oscar Freire, em São Paulo. Na mesma época, aderiram ao modelo de terceirização industrial, mudando seu foco de fabricantes de sapato para administradores da grande rede de varejo, concentrando-se no conceito da marca nos canais de distribuição, passando a levar seus produtos para todo o país.
Em 1995, o jovem Alexandre Birman, filho de Anderson, tendo passado a infância no meio das criações de seu pai, decidiu abrir sua própria marca, fundando a Schutz, que depois viria a se tornar parte do grupo. A Arezzo seguiu inovando e oferecendo produtos de qualidade em tendência com a moda mundial. Em 2002 iniciou a expansão internacional por meio da exportação de calçados e participação em exposições. Um dos trunfos era o giro das mercadorias nas lojas, com o lançamento de quatro novos modelos por dia, tanto que, em 2005 receberam o título de melhor franquia do Brasil, pela Fundação Getúlio Vargas.
“Principalmente nos negócios de moda, a renovação do poder e das pessoas é absolutamente necessário para que o negócio se mantenha novo.”
Em 2007, Anderson comprou a participação de seu irmão, Jefferson, da empresa e se tornou o único presidente da marca. No mesmo ano, vendeu 25% da empresa para o fundo de equity private Tarpon, por R$ 76,3 milhões, e cumpriu a exigência de unir a Arezzo com a Schutz, dando início ao grupo Arezzo & Co. A partir daí, o grupo passou a apostar na diversificação de marcas, criou uma nova grife com o nome de Alexandre Birman, cujos saltos desfilam em tapetes vermelhos nos pés de celebridades internacionais.
A ideia do grupo era cobrir todos os segmentos: a Arezzo com sapatos que custam em média R$ 160; a Schutz com calçados mais fashion a um preço médio de R$ 280; e a Alexandre Birman, com modelos de produção artesanal, com preços que variam de R$ 450 a R$ 800.
Em 2008, a marca mineira ingressou no mercado chinês, com 4 lojas em Xangai. O empresário apostou em modelos para consumidoras de classe média e alta. E depois introduziu um novo layout nas lojas, nos quais os produtos eram expostos como obras de arte.
Para aproveitar a força da marca, Anderson passou a expandir sua atuação para outros mercados: lançou uma moderna coleção de óculos escuros e também uma linha de cosméticos que incluía autobronzeadores, hidratantes e esfoliantes específicos pernas e pés, além do lançamento de uma linha de esmaltes. O sucesso foi tanto que lançaram no ano seguinte a linha de maquiagens Arezzo Beauty.
Sempre pensando a longo prazo, o empreendedor passou a investir muito em comunicação. A marca já contou em suas campanhas com nomes estrelados como Cláudia Raia, Juliana Paes e Cléo Pires. Investimento que deu resultado: a Arezzo ocupa a primeira citação de lembrança Top of Mind dos consumidores no setor de calçados femininos brasileiro.
Em novembro de 2008, A Anacapri foi criada como uma marca que procura descomplicar o dia a dia das mulheres, trazendo em seus modelos itens indispensáveis como conforto, qualidade, preço e personalidade.
Em 2012, o empresário passou a presidência da companhia para o filho, Alexandre, e passou a se concentrar apenas na presidência do conselho. O objetivo da sucessão foi agilizar os processos da empresa e manter o crescimento das marcas pertencentes ao grupo.
Em 2017, pensando em dar o devido valor à trajetória da marca, a Arezzo&Co inaugurou um museu com peças históricas, além de um acervo com mais de 10 mil itens. Mais recentemente o grupo inaugurou as marcas Fiever e Owme, ficando com um total de 6 marcas em sua holding.
Atualmente, a Arezzo lança cerca de 19 coleções por ano e vende mais de 10 milhões de pares de calçados e quase 1 milhão de bolsas, em mais de 380 lojas distribuídas por todos os estados brasileiros, além de unidades em outros 30 países. Os produtos da marca também estão presentes em mais de 2.200 lojas multimarcas no Brasil. Números que a consolidam como a maior marca de varejo de calçados femininos da América Latina.
