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A mulher que democratizou os serviços estéticos no Brasil

 

Pioneira no mercado de clínicas de estética, a Rede Onodera nasceu em uma academia de judô, graças a visão empreendedora de Edna Onodera, quando ela ainda tinha 22 anos. Sua infância foi vivida no interior de São Paulo, mas mudou-se para capital aos 14 anos e, com pouco mais de 20 anos, conheceu seu marido, ex-técnico da seleção brasileira de judô, Ikuo Onodera, que mantinha uma academia de ginástica no bairro da Liberdade, que foi onde tudo começou. A empreendedora percebeu um grande potencial naquele espaço esportivo, onde Ikuo treinava seus alunos. Em 1978, ela decidiu usar o espaço disponível para incluir atividades voltadas para o público feminino. Inspirada pela década das polainas (anos 70) e pela novela Dancin’Days, exibida pela Rede Globo, Edna começou a convidar as mulheres do bairro para participarem das aulas, além de oferecer sessões de massagem e limpeza de pele.

Era uma época que a entrada no mercado de trabalho pelas mulheres ainda estava incipiente, então o sucesso das atividades oferecidas na academia veio rápido. Sem recursos, Edna e o marido, aos poucos conseguiram construir uma academia mais completa, em 1981. No andar de baixo, funcionava a academia e, no superior, havia uma sala para limpeza de pele e massagens. Para divulgá-lo, Edna e sua filha Lucy colavam cartazes em pontos comerciais da região e convidavam a vizinhança para conhecer a clínica.

Era faxineira, recepcionista, cuidava dos meus quatro filhos, dormia quatro horas por noite.

Como não eram comuns as clínicas de tratamentos estéticos, além de serem extremamente caros, a empresária apostou na oferta desses serviços e na democratização da prática. Sempre atrás de inovação na área, conseguiu para a academia, em 1985, uma máquina de bronzeamento artificial, chegando a fazer viagens ao Japão para buscar equipamentos modernos. Foram 14 anos de trabalho árduo, onde Edna viu a salinha de estética se expandir para um andar inteiro. Em 1995, devido à grande demanda, conseguiu abrir a primeira unidade da clínica 100% voltada para estética, no bairro de Moema.

Os desafios para evolução do negócio, eram, além dos escassos recursos, a falta de apoio do marido nas decisões. Enquanto eles ainda administravam juntos a academia de ginástica, a empreendedora esperava o marido viajar com o time de Judô para poder fazer as mudanças que ele era contra. Trazia os equipamentos que ela precisava para ampliar o negócio, fazia reformas, e sempre com aperto financeiro ela corria atrás para pagar suas dívidas. Sua filha Lucy, atualmente a diretora do negócio da mãe, lembra que era constantemente alertada: “Não conta pro papai”. Edna também lutava para equilibrar a função de mãe com o empreendedorismo.

“Eu trabalhava hoje para comer amanhã. Era terrível! Não conseguia dormir. Mas eu sempre pensava no outro dia: ‘eu tenho que conseguir’.” 

Pouco depois, foi aberta uma nova unidade no bairro do Tatuapé. Mesmo ano em que Lucy decide se envolver de cabeça nos negócios e participar da montagem e estruturação da nova unidade. Foi a filha, como estudante de Administração, que  propôs a mãe direcionar o negócio ao modelo de franquias. O modelo era um novo desafio para Edna, que tinha receio de passar para outra pessoa uma marca que ela havia construído durante 20 anos. No ano 2000, após estudos de viabilidade, e tendo o suporte de uma consultoria em Franchising, a Onodera inaugurou a primeira franquia, e no mesmo ano, outros cinco pontos foram abertos na capital paulista. Com o setor em expansão e a grande demanda, em 2001 foram mais oito inaugurações. No ano seguinte, a Rede chegou ao interior de São Paulo e ao Rio de Janeiro, e mais tarde ao Nordeste e Sul.

Embora pioneira no mercado estético brasileiro, foi preciso mais tarde investir em um projeto completo de construção e diferenciação da marca no mercado, em meio a tantas outras empresas de estética que estavam surgindo. Desse processo surgiu a borboleta, marca símbolo da Rede. No Japão, a borboleta é um emblema da mulher e que traz à tona a ideia de transformação.

Cada unidade hoje chega a faturar até R$ 70 mil por mês e atende, em média, 520 clientes. A preferência é que as franqueadas sejam do sexo feminino e que tenham experiência em gestão, bom relacionamento com o público e principalmente dedicação exclusiva. Todas recebem treinamento presencial na capital paulista, além de participarem trimestralmente de encontros de alinhamento de estratégias e troca de experiências. A Rede oferece suporte pela Universidade virtual, que avalia toda a equipe, contando também com clientes ocultas, que checam a padronização das unidades.

Edna, hoje aos 62 anos, construiu um império da beleza no Brasil, com 58 unidades franqueadas e 5 unidades próprias, mais de 500 mil atendimentos feitos ao longo da história e 1.200 funcionários espalhados pelas unidades.

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