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A ideia de negócio milionário que surgiu de um acidente

 

O empreendedor Geraldo Rufino, hoje aos 60 anos, foi atrás do seu primeiro trabalho com 8 anos de idade. Ensacando carvão e catando latas, Geraldo sempre gostou de investir em pequenos negócios. Depois de quebrar 6 vezes, conquistou a liderança do mercado de reciclagem de veículos automotores com a criação da JR Diesel, maior empresa do setor na América Latina. No ano de 2017 a JR Diesel completou 50 anos.

Sua história de sucesso começa desde seu nascimento, em novembro de 1958, no interior de Minas Gerais. Vivia com a família em condições muito pobres, onde o sustento era tirado da lavoura em que o pai trabalhava. Após uma geada que estragou grande parte da produção, mudou-se para São Paulo buscando uma vida melhor com os pais e mais 7 irmãos.

Geraldo ainda com 4 anos, sempre junto do irmão e da mãe, comiam em restaurantes populares, e nos finais de feira pegavam os alimentos que iriam para o lixo. Com as sacolas cheias, a mãe fazia questão de distribuir frutas e legumes para os vizinhos mais pobres. Foi daí a lição que o empreendedor aprenderia para sua vida: ajudar ao próximo.

Sou muito orgulhoso de tudo que foi construído, mas continuo simples.

Após a morte da mãe e morando com o irmão e o pai na favela do Sapo, bairro de São Domingos no Butantã, com 8 anos começou a trabalhar em uma fábrica de carvão, durante 12 horas por dia. Longe da escola desde a 2ª série, Geraldo viu que poderia ganhar mais dinheiro catando lixo em um aterro sanitário, onde trabalhou dos 9 aos 11 anos, e foi onde ele e o irmão decidiram começar o primeiro negócio.

Juntavam alumínio durante a semana e vendiam nos fins de semana para empresas maiores. O dinheiro era guardado em latinhas e enterradas em um terreno baldio, até o dia em que toda a terra do local foi retirada e o negócio quebrou.

 

“Por ironia do destino, eles se envolveram, simultaneamente, em um acidente. Era hora de recomeçar e criei um novo negócio.”

 

O restante do dinheiro serviu para montarem um cineminha na casa da irmã com a única televisão preta e branca da rua. Faziam pipoca, arroz doce e cobravam ingresso da molecada. Paralelo a isso, abriram um botequinho junto com o pai na comunidade e começaram a alugar um campinho de futebol, com trave, bola e até uniformes. Todo o dinheiro que conseguiram juntar era para ajudar o pai, e sem dinheiro para recomeçar, o próximo passo de Geraldo foi conseguir um emprego de carteira assinada.  

Começou como office boy no grupo Playcenter, aos 13 anos. Trabalhando mais de 12 horas por dia de segunda a domingo, aos 16 anos, conseguiu comprar um fusca. Foi deixar a empresa 16 anos depois, ocupando cargo de diretor. Enquanto esteve com a carteira assinada, empreendia em pequenos negócios junto aos irmãos, dando suporte financeiro enquanto eles entravam com o trabalho. De negócio em negócio, criaram um de transporte com Kombi e caminhões.

Após o acidente com os caminhões dos irmãos, a venda das peças acendeu em Geraldo a ideia de transformar aquilo em negócio. Vendo que o retorno foi bom, em 1985 ele resolveu investir na reciclagem automotiva, que atualmente leva o nome de JR Diesel. Porém, no começo a empresa teve seus percalços. Como seus irmãos não souberam administrar o dinheiro, perdendo o foco da administração, o empreendedor teve de tomar as rédeas do negócio, saldar as dívidas e limpar o nome da empresa. Em 1987, aos 29 anos, Geraldo tomou a decisão de largar seu emprego no Playcenter e se dedicar 100% a JR Diesel.

O empreendedor estruturou seu negócio como um desmanche formal, comprando caminhões de 6 anos de pessoas jurídicas idôneas, para dar credibilidade ao seu trabalho. Em 2000, chegou a se endividar fazendo uma parceria com empresários americanos, amargando um prejuízo de R$ 16 milhões. Com a dificuldade, seus dois filhos adolescentes, Arthur e Guilherme, entraram na empresa para ajudar a recuperar o prejuízo. Um trabalho que durou de 2002 a 2006. Atualmente, Geraldo Rufino comanda cerca de 180 pessoas na JR Diesel, localizada em São Paulo. Fechou 2016 faturando R$ 60 milhões, desmontando cerca de 1.000 caminhões por ano e crescendo 4% ao mês. Vem sustentando um crescimento acima de 20% ao ano. Na JR são desmontados um caminhão e um ônibus a cada 2 horas.

Sua vida virou um livro chamado “O Catador de Sonhos”, lançado em 22 de março de 2016.

Fonte
Realização EmpreendedoraSacadariaJornal O PovoFórum Vagas.comEconomia EstadãoGazeta do PovoNotícias R7Jr Diesel OficialVagas.com - Geraldo Rufino: o catador de sonhos Programa Show BusinessEntrevista ao IDVF - Instituto de Desenvolvimento do Varejo Farmacêutico
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