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Herdeira do negócio familiar que construiu seu brilho próprio

 

Mais conhecida como Papisa da Moda, desde 1980, Costanza Pascolato desfila seus 78 anos ocupando de longe o pedestal de maior autoridade em moda do Brasil. Há 26 anos é colunista da Vogue, sócia da fábrica de tecidos Santaconstancia, consultora de moda e integrante da Academia Brasileira de Moda. Ela prova a cada dia que liberdade e inteligência está muito além da idade.

Nascida na Itália,  em Siena, em 19 de setembro de 1939, Costanza chegou ao Brasil com 6 anos de idade, de navio e junto de sua família, fugindo da guerra. Em 23 de dezembro de 1945, desembarcaram na baía de Guanabara. Pertencente à aristocracia italiana, Costanza e sua mãe Gabriella Pascolato chegaram a viver 40 dias num campo de refugiados de guerra na Suíça antes de chegarem aqui. Depois de vividos alguns meses no Rio de Janeiro a família se mudou para São Paulo. Estudou no tradicional Colégio Dante Alighieri, mas aos 7 anos, foi encaminhada para o jardim de infância porque ainda não falava português. Sua mãe, a matriarca Gabriella Pascolato, foi quem elevou o sobrenome Pascolato ao empresariado bem sucedido: idealizadora e fundadora do império têxtil Santaconstancia. Gabriella sentiu a carência de tecidos finos e de alta qualidade por aqui, iniciando a tecelagem apenas  três anos após a chegada ao país.

“Tive de procurar emprego e, com a minha cara de dondoca, ninguém achava que eu era capaz de fazer nada

Visto que a moda já estava no DNA da família Pascolato, não foi de se surpreender que Costanza crescesse uma mulher ligada a estética das vestimentas e a alta costura, como sua mãe, amante das inovações. Desde seus 4 anos incomodava-se com as roupas que era obrigada a vestir e quando adolescente era constantemente advertida por fazer modificações no seu uniforme escolar. Apesar de não ser considerada boa aluna, descobriu após muitos anos sofrer de dislexia. Ainda assim, seu tino para a moda sempre esteve presente e com o tempo aprendeu a gostar muito de estudar história. Lia em português, italiano e francês.

Casou-se cedo, aos 21 anos, exercendo o papel de relações públicas do marido e com quem teve suas duas filhas, Consuelo e Alessandra. Já na década 70, Costanza divorciou-se para viver um novo romance, atitude que não agradou seu pai, que a deserdou. A partir daquele momento, Costanza foi atrás de sua independência.

 

“Eu fui trabalhar pensando: preciso que as minhas filhas vejam que não sou uma pessoa superficial. Queria reconstruir uma dignidade que achei que tinha perdido.”

 

Enfrentou o preconceito das pessoas sobre sua capacidade de trabalho e quando finalmente conseguiu um emprego como produtora de decoração na revista CLAUDIA, da editora Abril em 1971, logo percebeu que não era bem-vinda. Sem uma formação específica em comunicação, precisou aprender muita coisa em pouco tempo. Sentia que precisava se esforçar dez vezes mais que seus colegas para mostrar que era capaz, chegando a fazer vinte edições por ano.

Com o tempo, foi sua aptidão natural que a fez aos poucos se destacar no jornalismo de moda. Tornou-se consultora e por 20 anos acompanhou semanas de moda na França, Itália e Inglaterra. Foi a jornalista Joyce Pascowitch que em 1980, consagrou Costanza com o título de papisa da moda. Muito trabalho levou Costanza aos poucos a atingir a imagem de autoridade quando se fala em estética e estilo. Com a morte de seu pai em 1987, Costanza assumiu parte da tecelagem da família, como diretora de estilo, e no ano seguinte  deixou a Editora Abril para abrir sua própria empresa de consultoria. Passou a contribuir para a Folha de São Paulo, assinando uma coluna de moda antes de assumir uma coluna regular na Vogue Brasil em 2001.

Já foi consultora da marca de joias H.Stern e em 2008 foi premiada com o “Commendatore dell’Ordine della Stella” pelo governo italiano, em reconhecimento de sua contribuição para a indústria da moda. Sua rotina atual ainda é acordar entre as 6h e 6h30 todos os dias e às 10h se encaminhar para a fábrica. É autora de quatro livros, entre eles: “O Essencial: o que você precisa saber para viver com mais estilo” e “Confidencial: segredos de estilo, moda e viver bem ”. Chegou a enfrentar dois cânceres de mama e desde os anos 90 descobriu a  internet como sua aliada profissional, o sendo até hoje. Já participou da série de mini-episódios Costanza & Marilu no YouTube, e em 2014 estreou no canal fechado Discovery Home & Health.

Fonte
She Means BusinessRevista GloboJornal O GloboTerraSite Costanza PascolatoRevista TripConsuleo BlogEntrevista programa 'É Notícia'Portal Business of Fashion
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