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O pedido de um amigo que gerou a criação da maior escola de idiomas do país

 

Ocuritibano Carlos Martins, aos 12 anos, filho de caminhoneiro e costureira, começou a aprender inglês com os missionários da Igreja Mórmon que os pais frequentavam. A partir dali cultivou o desejo, de morar nos Estados Unidos. Aos 17, tomou a decisão definitiva de estudar fora com a autorização dos pais, que lhe impuseram a condição de arcar com os próprios recursos para realizar a viagem.

Buscando seu sonho, trabalhou um tempo como auxiliar de escritório ganhando um salário mínimo. Na época, uma passagem de Curitiba para Nova York, custava em torno de mil dólares. E após muita procura, conseguiu sua viagem com uma agência que lhe venderia a passagem dividida em 10x e sem entrada, e em setembro de 1974 embarcou para os EUA com apenas 100 dólares no bolso.

Aos 18 anos, muito ligado à sua religião, o empreendedor embarcou para Portugal na condição de missionário. Retornou aos EUA somente 6 anos depois, em 1980, já casado, ingressando na Universidade de Brigham Young, mas com o sonho de estudar no exterior quase perdido. Além de viverem na corda bamba financeira, Carlos estava com notas abaixo da média no seu primeiro semestre, que quase fizeram com que ele desistisse da faculdade e voltasse para o Brasil. Quem lhe deu a força de que precisava para seguir em frente foi sua esposa.  

Voltou para o Brasil após a formatura, e conquistou todas as garantias de um emprego estável em uma multinacional: casa própria, carro e uma vida financeira confortável. Mas nessas reviravoltas que a vida proporciona, um amigo de Carlos pede que ele lhe dê “aulinhas” de inglês no período da noite. Foi quando o empreendedor viu uma oportunidade de crescer. Um aluno acabou virando muitas turmas, onde Carlos investiu várias horas semanais ensinando. Logo percebeu que dar aulas já estava lhe garantindo mais retorno financeiro que seu emprego. A partir dali, decidiu romper com a estabilidade e abrir a própria escola de inglês.

O sucesso acontece quando a preparação encontra uma oportunidade.

A princípio a escola funcionava na sua própria casa e chamava-se Conversation Center, em que a propaganda era “faça inglês em 24 horas”. Consistia em 24 horas-aula, com a proposta de ensinar 2.400 frases – a cada aula 100 frases novas, atraindo muitos curiosos e interessados. Não demorou a aparecer também interessados em poder utilizar o método e o material que Carlos havia desenvolvido para levar a outras escolas de ensino de idiomas. Em 1987, com dinheiro emprestado do pai, comprou um imóvel e abriu a primeira escola Wizard em Campinas.

 

“Quando uma pessoa consegue identificar um talento, uma habilidade, um dom e transformar isso numa fonte de renda, não existe mais crise na vida dela.”

 

Desde o início, a visão era montar uma rede de escolas de idiomas em nível nacional. No entanto, não tinha noção de todo o processo de desenvolvimento e desafios que viriam com isso. Com a experiência no exterior que tinha, conheceu o sistema de franquias e como funcionava, e por coincidência, seu projeto de expansão coincidiu com o surgimento da Associação Brasileira de Franchising (ABF), que promove o desenvolvimento desse sistema de negócio. Carlos buscou suporte para crescer e colocou a rede Wizard em posição líder no mercado de idiomas.

Em 1999, a rede já possuía mais de 500 unidades espalhadas pelo país, abrindo sua primeira unidade no exterior em 2002, nos Estados Unidos. A expansão se estenderia com a compra das redes de ensino Yázigi, Skill, Alps, Quatrum, Microlins, SOS, BIT Company, People e Smartz, surgindo assim o Grupo Multi, liderança no ensino de idiomas e cursos profissionalizantes no país, atendendo mais de 800 mil alunos nas suas 2.600 escolas franqueadas. E seu lucro operacional era de cerca de R$ 130 milhões.

Em 2013, o Grupo Multi foi vendido pelo valor de R$ 1,9 bilhão, e fez com que Carlos se afastasse dos negócios temporariamente. Mas a oportunidade de empreender atrairia novamente o empreendedor aos negócios, quando em 2014 fez a aquisição da marca Mundo Verde, maior rede de varejo de alimentos da América Latina, criando o Grupo Sforza. Foi responsável pela entrada da rede de fast-food Taco Bell no Brasil, e adentrou também no mercado esportivo em parceria com o ex-jogador Ronaldo, criando uma franquia de escolas de futebol, a Ronaldo Academy. Adquiriu também as marcas Topper e Rainha, com a ideia de oferecer os produtos das marcas nas escolas.

Mais recentemente, Carlos Wizard, aos 61 anos, comprou 35% da rede de escolas de inglês Wise Up por um valor de R$ 200 milhões no ano passado, e no ano de 2018 um acordo com a Yum! Brands foi fechado para a compra das marcas KFC e Pizza Hut no Brasil.

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