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A rede hoteleira de sucesso que se estruturou na praticidade japonesa

 

Uma das maiores redes hoteleiras do Brasil é resultado da persistência de uma empreendedora nipo-brasileira chamada Chieko Aoki. Conhecida como a “Dama da hotelaria brasileira” e ostentando seus 70 anos, a empreendedora se mantém trabalhando de forma ativa. Há 26 anos deu não apenas o sobrenome a sua empresa – Aoki, que significa Árvore Azul ou “Blue Tree Hotels” –,  mas também toda uma vida dedicada aos negócios e a carreira, de forma prática e com olhar apurado aos mínimos detalhes. Sua marca empresarial é sempre buscar implementar a filosofia oriental da resiliência, paciência e disciplina na gestão da empresa e entre seus funcionários.

A história da empreendedora começa na pequena localidade de Fukuoka, na ilha de Kyushu, Japão, onde nasceu em 16 de setembro de 1948.  Imigrou para o Brasil com 6 anos de idade junto a sua família em 1956, desembarcando em Bastos/SP. Naquele período, imigrantes japoneses eram obrigados a se estabelecer durante dois anos na agricultura do país, e foi na fazenda onde Chieko passou parte da infância.

Com o fim do período obrigatório, a família se mudou para São Paulo. A pequena Chieko, sempre muito estimulada pelos pais a estudar, dedicou-se ao inglês, fez curso de secretariado, música, e à noite cursava o colegial. Além de tudo, ainda encontrava tempo para aperfeiçoar o idioma japonês. Conseguiu seu primeiro emprego aos 18 anos como secretária, e começou a cursar Direito na USP no mesmo ano. No início da década de 70, Chieko casou-se com o empresário japonês John Aoki, da companhia japonesa Aoki Corporation. Apesar de formada em Direito, ela foi encaminhada ao setor hoteleiro por influência do marido. Depois decidiu cursar Administração na Universidade de Sofia, em Tóquio, e Administração Hoteleira na Cornell University, nos Estados Unidos.

A meu ver, a despeito de todo o cenário desafiador pelo qual passamos hoje, prevalece o espaço para as iniciativas que apresentem originalidade, criatividade e dedicação ao negócio.

Em 1992, com visão apurada para oportunidades, Chieko criou a empresa Caesar Tower, voltada para um nicho que buscava hotéis de bom padrão com preços mais acessíveis que os 5 estrelas.

As dificuldades, porém, surgiram no caminho da empreendedora e não se instalaram apenas na vida profissional. Seu marido sofreu um acidente vascular cerebral, enquanto, no mesmo período, o Japão passava por uma forte crise econômica. Dessa forma, o Caesar Park acabou sendo vendido para o grupo mexicano Posadas, em 1997.

“Sem planejamento, metas e determinação não se cria e não se chega a lugar nenhum, no máximo, fica-se dando volta na mesma rua, sem novidades.”

 

Apesar do duplo golpe, com o marido afastado dos negócios e tendo que tomar as rédeas de uma empresa em ruínas praticamente sozinha, sua experiência de mais de 20 anos no setor a transformou na empreendedora que hoje conhecemos. Decidiu ficar com alguns hotéis da antiga marca Towers e fundou a própria empresa, a Blue Tree Hotels, visando um espaço ocioso e até então inexplorado no mercado brasileiro de hotéis, com alto padrão de serviços.  

Atuando nos segmentos de business, luxo e resorts, a média de ocupação da rede é de 65%, com faturamento de R$ 350 milhões, e empregando diretamente cerca de 2,3 mil pessoas.

Chieko também lançou o Villa Noah Gastronomia e o Villa Blue Tree, espaços de eventos. Ela afirma: “Eu tinha duas opções. Ou voltava para casa ou continuava a trabalhar. Meu marido sempre gostou do meu trabalho, então eu continuei. Além disso, tinha uma equipe que gostava de trabalhar comigo e pela qual me sentia responsável. Somado a isso, havia investidores dispostos a trabalhar conosco. Então montei a rede Blue Tree. Foi isso, não há uma história romântica. Eu sou prática!”

 

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Institucional BlueTreePortal Japão 100Economia UolÉpoca NegóciosDiário do ComércioTV EstadãoPortal Academia Brasileira de Marketing
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