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Sem conhecer o ‘impossível’, ela construiu empresa de liderança mundial

 

Idealizadora da assessoria Máquina da Notícia, Maristela Mafei, antes de abrir sua empresa não tinha experiência alguma com o mundo corporativo. Impulsionada pela própria frustração nos anos 90 como jornalista, ela enxergou uma necessidade e a oportunidade inevitável de melhoria na parte de relações das empresas com a mídia.

Mesmo quando não encontrou apoio, Maristela largou seu emprego em um grande veículo de comunicação e começou do zero. Hoje, a empreendedora atende empresas de grande porte nacionais e internacionais como: Credit Suisse, EY, Zara, Xerox, Carrefour, L’Oréal, Nextel, MetLife, Bridgestone, GP Investments, Embratur, BRMalls, Qualicorp, Hypermarcas, Raízen, BRF, Grupo Estácio, Insper e Gafisa. Além de atender o empresário Jorge Paulo Lemann e todas as companhias ligadas a ele no Brasil.

A vontade de abrir seu próprio negócio veio da experiência de 5 anos como redatora da Folha na área de cobertura de negócios, e mais outros tantos anos em outros veículos. Maristela, durante esse período, enfrentou dificuldades constantes como repórter, tentando obter informações de relevância pública perante as empresas. As pedras no caminho fizeram-a identificar a oportunidade de criar um portfólio de comunicação para as mesmas.

Não comecei do zero, comecei do negativo.

O empurrão que precisava para tomar a grande decisão de sua vida veio durante o trabalho, quando, ao entrevistar o presidente mundial da Parmalat, foi convidada a ser Gerente de Comunicação da empresa. Na época ele estava tentando se expandir no Brasil e buscando entender como se comunicar corretamente com o governo e imprensa. A empreendedora, ao negar a proposta, ouve então uma segunda: “Por que então você não abre sua própria empresa e passa a ser nossa fornecedora?”.

Seu então chefe na Folha, Octavio Frias, deu total apoio a Maristela na empreitada, e durante meses após a abertura da Máquina de Notícias, foi seu mentor, acompanhando o negócio de perto. O nome foi ideia de dois amigos de redação, José Roberto Campos e Fátima Fernandes. José disse: “Você é uma máquina, tem que ter ‘máquina’ no nome”. Já Fátima completou com “da Notícia”.

 

“O Universo gritava ‘Não abra!’. Mas eu segui em frente”

 

Maristela entregou seu cargo de repórter no Jornal Folha de S. Paulo, sacou seu FGTS e comprou $800 dólares. Na época o valor era o mínimo que ela precisava para começar, se não fosse por uma onda de azar que estava sobre ela desde o dia anterior, quando roubaram seu carro, que não tinha seguro. Enquanto Maristela carregava o dinheiro foi novamente roubada.

O ano era 1995, quando as linhas telefônicas ainda eram de propriedade estatal. A alternativa para levantar dinheiro e seguir em frente com seu plano foi vender sua linha de telefone residencial, que valia aproximadamente 2 mil dólares. Com o valor conseguiu alugar uma salinha de 6m² e colocou o negócio para funcionar, no início com uma mesa para ela e outra para uma amiga de sua irmã, que entrou para lhe secretariar. Maristela fazia de tudo, desde o café, escrevendo os releases e indo para a rua atrás de clientes.

Com uma equipe de trabalho enxuta, muitas vezes o clipping ficava por conta do Motoboy da empresa. Maristela encaminhava seu negócio com improviso e muitas vezes a ajuda vinha dos próprios clientes, que lhe respondiam dúvidas com relação a estruturação do negócio. Os primeiros anos, sempre particularmente difíceis, não foram diferentes com ela. A maioria dos clientes conquistados da Máquina a procuravam por meio de indicação, mas o amadurecimento gradual também trouxe problemas, como quando enfrentou um problema sério de inadimplência no terceiro ano de funcionamento. Apesar de entregar os trabalhos que os clientes pediam, Maristela teve que aprender a contornar a informalidade do negócio e a sua dificuldade em fazer cobranças.

Com o tempo e a construção da confiança, a Máquina tornou-se uma das maiores e mais respeitadas agências de relações públicas no Brasil. Para acompanhar as tendências do mercado tornou-se o Grupo Máquina, de Relações Públicas, incluindo a área digital, relações governamentais, assessoria financeira e núcleo de personalidades. O Grupo, que faturou R$ 68,5 milhões em 2014, tem 9 unidades e mais de 240 funcionários, com escritórios em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.

Em 2016, a agência de relações públicas global, Cohn & Wolfe, adquiriu participação majoritária do Grupo Máquina, transformando-se na Máquina Cohn & Wolfe. A empresa de Maristela já foi nomeada quatro vezes como melhor agência de Relações Públicas no Brasil, além de ser a primeira agência de RP brasileira a assinar o Pacto Global das Nações Unidas. Maristela tornou-se referência na área, publicando os títulos “Assessoria de imprensa: Como se relacionar com a mídia” e “Comunicação Corporativa: Gestão, Imagem e Posicionamento”.

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EndeavorFolha de S. PauloGlamurama UolPortal da LiderançaEconomia UolPrograma Fiz do Zero - TV MBA60
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