Foi aos 7 anos, com a mãe em um leito de hospital entre a vida e a morte, que Rick Chesther ouviu do pai a lição mais importante da sua vida. Na dor da iminente perda da esposa, chamou os filhos e disse: “olha, vocês precisam estar prontos. A vida é assim, independente do que vá acontecer.”
Terceiro de 5 irmãos, a família tinha uma vida humilde em Pitangui, Minas Gerais. A mãe se recuperou mas inspirava constante atenção e o pai buscava o sustento da família onde houvesse oportunidade, mesmo que isso significasse longos períodos longe de casa. Rick, com 8 anos, estava em busca de algo que pudesse ajudar sua família e como sempre ouvia do pai que “a vida é a lei da semeadura”, ele decidiu fazer uma horta em casa. Plantou alface, couve, tomate, rúcula…esperou crescer para então vender suas verduras em um carrinho de mão. Após vender a primeira remessa, precisou plantar mais verduras e enquanto elas cresciam passou a vender picolé de manhã e sacolé a tarde. Tudo isso conciliando com a escola, que não deixava de frequentar. Em 1997, no entanto, o horário da escola e do trabalho passaram a ser os mesmos, então Rick optou por continuar trabalhando.
Abandonar a sala de aula não impediu Rick de continuar aprendendo e absorvendo conhecimento da forma que desse. Ele lia de 2 a 3 livros por semana, obras como Maquiavel, A Arte da Guerra, as 48 Leis do Poder e por aí vai….
“No meu universo eu fui criado com uma galera falando: ‘olha, você só pode ir até aqui. Você não pode passar daqui’, e o nosso povo foi caindo nessa armadilha e essa galera não sabe se levantar quando cai.“
Entre os anos de 2000 e 2015, Rick trabalhou dentro do movimento de quadrilhas juninas como marcador e logo depois, a experiência lhe rendeu um convite para trabalhar com processos eleitorais. Bem articulado, pró-ativo e comunicativo, resolveu que precisava buscar novas perspectivas de crescimento. Desde 2015 como diretor de comunicação e Marketing da escola de samba Nação Mangueirense, mas morando em Belo Horizonte, colocou a mochila nas costas e foi para o Rio de Janeiro.
Foi pedreiro, auxiliar de serviços gerais e faxineiro, até que o desemprego o fez entrar em uma situação financeira difícil. Em 2017, pediu emprestado a um amigo R$10 para começar a vender água na praia. Morando no município de Magé, acordava todos os dias – de segunda a segunda – cedo, gastando pelo menos 3 horas de deslocamento, se dirigia a um depósito na Central do Brasil onde comprava os fardos de água e o gelo para mais um dia de trabalho nas areias de Copacabana. Ele conta que lucrava, por dia, entre R$150 a R$200 e “não voltava para a casa com menos que isso”.
Em 2018, com o corte de verba do Rio de Janeiro para as escolas de samba o enredo da Mangueira foi “Com Dinheiro Ou Sem Dinheiro, Eu Brinco”. Inspirado por aquele título, Rick começou a falar sobre crise e empreendedorismo com as pessoas do seu entorno. Dentro da escola de samba, durante seu trabalho e nas suas redes sociais. E foi durante a aproximação a um grupo de turistas para vender sua água, que Rick percebeu que o assunto era crise. Investindo na tática do relacionamento com o cliente, pediu licença ao grupo para registrar seu ponto de vista sobre o assunto, o que acabou não agradando a uma das pessoas que ali estava. Ao seguir seu caminho, não muito longe do grupo, Rick conseguiu ouvir: “esse neguinho que vende água em copacabana pensa que pode falar de crise.”
“Eu não sou o vídeo da água. Eu me preparei dos 7 anos até os 41 anos de idade para fazer aquele vídeo. Não para o vídeo propriamente, mas pra quando a vida olhasse pra mim e me chamasse.”
Ao voltar para casa depois do trabalho, no dia 28 de março de 2018, Rick gravou um vídeo em seu Instagram chamando-o de minuto do empreendedorismo. Sem roteiro ou ensaio, ele começa com a pergunta “tá desempregado no Rio de janeiro? Então faz o seguinte, arruma dez reais emprestado vai pra central do brasil amanhã, compra uma mala de água mineral e meio saco de gelo. Pega tudo e vai pra Copacabana, cedo.” O vídeo rápido detalha o que o próprio autor fez para driblar a crise e demonstra com números e contas básicas os ganhos que se pode ter a partir de um pequeno investimento. “A, vender água não dá pra você não? Então a crise, no seu caso, não está no país, está dentro de você“, provoca no final da gravação.
Foi daí que surgiu o que ficou conhecido como “o vídeo da água”. Atualmente seu Instagram tem 254 mil seguidores e mais de 51 mil inscritos em seu canal no Youtube. O sucesso instantâneo chamou a atenção também do empresário Flávio Augusto, fundador do projeto Geração de Valor e autor dos livros com o mesmo nome. Como um dia normal de trabalho, Rick saiu cedo para trabalhar mas logo percebeu que algo havia mudado, mais ainda quando soube que o próprio Flávio Augusto estava procurando-o. Depois daquele vídeo, nada mais foi um dia normal para Rick Chesther.
Flávio Augusto lhe deu suporte e mentoria para prepará-lo para tudo que viria em sua vida dali pra frente. Ajudou na publicação de seu livro, que já estava sendo rascunhado por Rick, chamado “Pega a Visão”. Nos próximos meses, deu várias entrevistas para TV, rádio, Jornais e revistas, cresceu o número de seguidores do seu conteúdo online e tornou-se referência.
Hoje, aos 41 anos, além de continuar na direção do marketing e comunicação da Nação Mangueirense, os diversos convites para palestrar afastaram Rick das areias de copacabana. Tornou-se consultor financeiro, participou como palestrante na Brilive Conference 2018, em Harvard, além de convites para palestrar na França e no Japão. Sua forma descomplicada de falar sobre investimento fez de Rick Chester recentemente estrela de uma campanha sobre microcrédito do banco Santander.
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