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Aos 32 anos, ele deixou as pistas olímpicas para se dedicar a tecnologia

 

Integridade, prazer no fazer e resiliência, são os três pilares que Pedro Chiamulera, de 53 anos, aprendeu nos anos em que se dedicou ao esporte e decidiu levar isso para sua vida de empreendedor. Filho caçula número 10, escutava dos pais: “Os últimos serão os últimos”, ou seja, desde cedo já havia entendido que se quisesse algo na vida ele teria que correr atrás. Nascido em Curitiba, seguiu os passos do irmão quando decidiu treinar atletismo. Dedicado, seu sonho era competir nas Olimpíadas. Após duas tentativas frustradas em 1984 e 1998, conseguiu disputar as Olimpíadas de Barcelona em 1992 e de Atlanta em 1996, correndo nas provas de 100 e 400 metros com barreiras, mas sem ganhar medalhas. Foram ao longo da sua trajetória cinco Mundiais, 10 campeonatos sul-americanos e 15 campeonatos brasileiros.

O risco é o grande estímulo para sermos arrojados, mas ele sempre deve ser norteado no fazer certo.

Morou nos EUA por 7 anos como atleta, e formou-se em 1993, em Ciência da Computação, com bolsa de estudos. Retornou ao Brasil com 32 anos e decidido a se aposentar do esporte. Foi durante sua Pós-Graduação que conseguiu seus primeiros contatos profissionais na área de tecnologia. Ganhou experiência no mercado durante 1 ano antes de aceitar um trabalho para C&A como freelancer, e logo após, em 1999, foi contratado para prestação de serviços ao site Submarino, desenvolvendo o sistema de gerenciamento de estoque da empresa.

A sorte atravessou o caminho do empreendedor quando conheceu por acaso uma pessoa que se interessou pelo trabalho que ele desenvolvia e lhe ofereceu um espaço em um escritório na avenida Paulista. Pedro, que até então usava sua casa de escritório, aceitou a oferta e passou a dedicar-se ao seu empreendimento, tornando-se mais profissional. Novamente a Submarino o requisitou para desenvolver um software antifraude para eles, no que Pedro prontamente sugeriu uma série de soluções, sem mesmo fazer ideia de como colocá-las em prática.

 

“O fazer certo gera consistência de valores, que gera confiança e, que por sua vez, gera também um valor sustentável a longo prazo.”

 

Desenvolveu as ideias no papel e recebeu sinal positivo da empresa para seguir em frente. A partir disso teve de correr atrás de um time para colocar o projeto em prática.  Bem sucedido na implementação do software e com boa reputação, a Lojas Americanas também o procurou para resolver um problema semelhante em seu site. A empresa ClearSale então nasceu em 2001, e com o sucesso e a demanda pelos serviços crescendo, no ano seguinte conquistou também a loja Saraiva.

Apesar do software de prevenção de fraudes ser uma proposta pioneira, o fenômeno do estouro da bolha da internet entre os anos 90 e 2000 afetou drasticamente sua empresa. Além do fator econômico externo, a gestão inexperiente de Pedro, sem conhecimento administrativo ou burocrático, fazia com que ele cobrasse valores irrisórios ao trabalho oferecido. O negócio era tocado por um time de 25 estagiários com um faturamento na época variando entre R$ 600 e 3 mil.

As dificuldades em manter a empresa de pé se agravaram em 2005, com uma dívida de 700 mil reais em empréstimos e a saída de todos os colaboradores, sobrando apenas dois estagiários. Bernardo Lustosa, que prestava alguns serviços para Pedro como freelancer, entrou como sócio da ClearSale em um momento crítico para contribuir na gestão do negócio e ajudar a colocá-lo novamente nos trilhos.

Em pouco tempo a empresa conseguiu reconquistar velhos clientes e contratar novos colaboradores. Em 2008, a ClearSale já era líder em gestão de risco de fraude em e-commerce com uma demanda nacional de 80%. Em 2010 decidiram vender 25% de participação na empresa por 4 milhões de reais. Os outros 75% ainda são de Pedro, Bernardo e Mauro, terceiro sócio que já trabalhava com Pedro.

Atualmente a empresa de Pedro é reconhecida como a melhor em operação de prevenção a fraudes online no Brasil. O faturamento em 2013 foi de R$ 50 milhões, e em 2015 saltou para R$ 78 Milhões. Só no ano de 2017 impediram mais de R$ 1 bilhão em fraudes no e-commerce. Hoje conta com 700 funcionários e grandes clientes na carteira como Magazine Luiza, Submarino, Carrefour, Vivo, Casas Bahia, Tam Viagens, Gol e CVC.

 

Fonte
Gazeta do PovoPortal Risco e RecompensaEndeavorEcommerce BrasilEcommerce NewsProjeto DraftO Estado de S. Paulo Portal AsaasMundoyEndeavor - Day1
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