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A mudança milionária nos serviços de saúde do Brasil

 

Convidado pelo próprio governo de Minas para assumir o cargo de Coordenador na área da Urgência e Emergência do Estado, Leonardo Lima de Carvalho (41) identificou que o sistema utilizado no mundo todo dentro das unidades de saúde era ineficiente. Em busca da resolução do problema, o empreendedor construiu um sistema pioneiro de triagem e classificação de risco, chamado TRIUS One. Decidiu largar a estabilidade do cargo e abrir a empresa ToLife, que atualmente impacta milhões de vidas todos os dias em sistemas de saúde pelo país, otimizando o tempo dos profissionais de saúde e trazendo maior qualidade no atendimento a pacientes.

Leonardo já cresceu com um pé na área da saúde, pois tinha desde cedo a influência de sua família, gerações de profissionais da medicina. Quase seguiu esse caminho, se não fosse pela enorme afinidade que tinha com as áreas de tecnologia e, apesar de gostar da área da saúde, formou-se em Ciências da Computação pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.

Empreender é isso: Continuar sempre, com energia e otimismo. E não só pelo dinheiro, mas pelo impacto que causa nas pessoas.

Começou a empreender quando ainda era estudante, desenvolvendo softwares que posteriormente seriam vendidos. Chegou também a vender marmitas próximo à universidade para desenvolver o tato nos negócios. Fez Pós-Graduação em Engenharia de Softwares e durante 13 anos exerceu a profissão trabalhando em empresas de grande porte até ser convidado ao cargo de Coordenador na área da Urgência e Emergência do Estado de Minas Gerais, em 2008.

A missão de Leonardo seria implementar o Protocolo de Manchester na rede de saúde, baseando-se em pulseiras de identificação para os pacientes dependendo da gravidade do caso, baseado em cores para descongestionar o fluxo e hierarquizar o atendimento em pronto-socorros. Mas apesar de ser um sistema amplamente utilizado pelo Brasil, o empreendedor percebeu a sua ineficiência em diversos pontos, pois faltavam os recursos básicos para o atendimento como: Aparelhos de pressão, medidores de glicose e termômetros. Havia falta de treinamento adequado de pessoal para a otimização do tempo, além do uso de uma tecnologia defasada.

Foi a partir do reconhecimento das deficiências do setor que Leonardo vislumbrou a oportunidade de construir o que hoje é o TRIUS One, carro-chefe de sua empresa, ToLife. Ainda em 2008, fez o registro do protótipo, até então único no mundo, de um posto de triagem que faz a classificação de risco de pacientes utilizando um software chamado Emerges. A partir dali, o empreendedor trabalhou para que seu sistema oferecesse uma linguagem única em redes de atendimento de saúde.

 

“Ainda somos uma startup, e os nossos desafios são contínuos. Quando falta dinheiro para a saúde, as empresas que sobrevivem são as que têm proposta de valor.”

Em maio de 2009, com a patente em mãos, levantou o valor de R$ 1,2 milhão para investir no software e começar o negócio. No mesmo ano Leonardo abdicou do cargo e passou a se dedicar exclusivamente à sua startup ToLife, lançando a primeira versão do seu sistema em outubro de 2010 e conquistando o primeiro contrato no mês seguinte. Em pouco tempo, o sistema TRIUS já estaria sendo implantado em 3 mil unidades de saúde pública em Minas. Como resultado da grande conquista, investiu R$ 6 milhões no negócio.

Como é de praxe, a empresa enfrentou sua primeira dificuldade, em 2010, quando recebeu o pedido de mais de 3 mil equipamentos e que, naquele momento, pelo tamanho enxuto e por ser uma empresa muito nova, não teve como entregar.

Logo conseguiram um aporte de R$ 120 mil da Finep através do programa Primi para profissionalizar a gestão, e em 2011, a ToLife já reconhecida no mercado conquistou novos grandes clientes como os governos de São Paulo e do Rio de Janeiro, além de atender o setor privado. Os serviços de implantações e suportes técnicos, manutenção do equipamento com o fornecimento das tiras de glicose e a plataforma de e-learning para treinamento dos profissionais, foi uma evolução do negócio pensada pelo empreendedor. Em quatro anos de fundação a ToLife já tinha conquistado 9% de Market share no País, atualmente mais de 100 milhões de pessoas foram beneficiadas  e seu sistema está presente em mais de 5 mil unidades de saúde, 800 municípios e 14 estados brasileiros.

O faturamento girou em torno de R$ 10,5 milhões em 2014, e em 2013 inaugurou a própria fábrica com o investimento de R$ 1,5 milhão. São cerca de 40 funcionários e um registro de patente de produto por 15 anos em vários países.

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EndeavorNotícias TolifePortal EmpreendedorDiário do ComércioFolha de S. Paulo
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