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Jovem empreendedor mineiro previu o futuro ao tentar baixar um jogo no celular

 

O fundador da maior empresa de distribuição de vídeos da América Latina, hoje aos 35 anos,  já manifestava interesse por tecnologia desde muito jovem. Aos 16 anos escrevia uma coluna semanal sobre games no jornal da sua cidade, Araguari, cidade do Triângulo Mineiro e da qual tem muito orgulho. Conservando o sotaque forte e típico do mineirinho no seu falar, ele conquista não só a admiração e simpatia do público de suas palestras, quanto o mundo, ao ser mencionado como o Mark Zuckerberg brasileiro pelo site americano Business Insider. Além disso, é fundador da Associação Brasileira de Startups, criada em 2011.

Sua história de empreendedorismo começou antes da faculdade, quando, fascinado pelo mundo hacker, aos 17 anos criou um website chamado Hacker News Brasil, filiando-se à Hacker News Americana. Seu site era fonte para os grandes veículos de imprensa até Gustavo ser intimado a prestar esclarecimentos na delegacia. Para não ser preso por apologia a crimes digitais, se desfez do site.

“Faça acontecer, depois aprimore. Você pode ter uma ideia de produto que vai mudar o mundo, mas se você não testá-la no mercado, ela continuará sendo somente uma ideia.

Com um rendimento abaixo do mediano na sua época escolar, por nascer em uma família tradicional – pai médico e mãe dentista – Gustavo acabou surpreendendo os pais ao decidir-se pelo curso de Marketing. Com 17 anos mudou-se para o Rio de Janeiro, ingressando na Escola Superior de Publicidade e Propaganda (ESPM) e seu primeiro estágio foi na UNIMED (gigante no ramo de seguros de saúde), onde seu pai era diretor. Até então, sua perspectiva de carreira se baseava em trabalhar em uma grande empresa, mas passou a sentir-se extremamente incomodado com a burocracia e estrutura interna engessada com a qual convivia. Ao tentar expor ideias e dar sugestões, raramente algo ia pra frente.

Apostar no empreendedorismo não era uma opção até 2004, quando adquiriu um celular com a tela colorida. Em um momento de ócio, Gustavo tentou baixar um jogo para passar o tempo e não conseguiu. Ao fazer uma pesquisa, descobriu que o setor de  games mobile ainda era incipiente. Sua conclusão foi: abordar umas das desenvolvedoras de jogos para ser seu reseller local. Chegou a mandar mais de 50 emails para todas as empresas que conseguiu encontrar, até que uma da Inglaterra lhe respondeu convidando-o para se reunir com a companhia, desde que levasse um Plano de Negócios. Com 22 anos , Gustavo viajou para Londres para apresentar a ideia e voltou para o Brasil com 2 mil joguinhos de portfólio e um contrato assinado para representá-los na América Latina.

 

“A tendência das pessoas é buscar ou fazer aquilo que a maioria faz. Isso te deixa confortável e socialmente aceito ao tomar uma decisão. Porém, as grandes inovações geralmente não acontecem de forma linear, elas são disruptivas.”

 

Valendo-se do bom relacionamento que tinha com sua família, recorreu a seu pai com o pedido: “Me apresenta um cara rico?”. O pai então lhe apresentou para Almir Gentil, diretor de Marketing por oito anos da Unimed do Brasil e que foi o primeiro a acreditar no início da Samba Tech. O primeiro capital para a abertura da empresa veio de Almir e o pai de Gustavo, que aportaram  US$ 100 mil, nascendo a Samba Mobile, em 2004.

O primeiro escritório da empresa, de 20m², foi aberto em Belo Horizonte, onde os custos de aluguel e despesas eram mais baratos que no Rio. Começou a bater de porta em porta indo atrás das operadoras de telefonia oferecendo seu portfólio de games. A proposta era pagar apenas o que elas conseguissem vender e com apenas um ano de trabalho abriu um escritório no Chile e depois na Argentina. Vendendo joguinhos, Gustavo, recém formado, com seus 23 anos, faturava em torno de 3 a 4 milhões de reais com uma equipe de 4 a 5 pessoas. Para o escritório na Inglaterra pagava em torno de 20% de  royalties.

Porém, nem tudo estava perfeito. A empresa utilizava tecnologia de terceiros, não contava com desenvolvimento próprio, além de depender totalmente das operadoras para chegar ao usuário final. Em menos de 2 anos a Samba Mobile já estava sendo engolida por outras empresas que ofereciam exatamente a mesma coisa que eles. Com visão antecipada, em 2007, Gustavo e sua equipe perceberam que o futuro estaria nos vídeos. Foi então que ele teve a ideia de criar um modelo parecido com o YouTube com o intuito de vender para as emissoras de TV que competiriam com o próprio YouTube.

Com um protótipo desenvolvido parecido com o YouTube em mãos, Gustavo conseguiu uma reunião com Lyzbeth Cronembold, Diretora de Tecnologia Digital no Grupo Bandeirantes. A apresentação lhe garantiu um contrato com a emissora, mas nem de longe tinha recursos para cumprir sua parte do contrato e por isso foi em busca de investidores. Conseguiu aporte de um fundo americano – que já foi investidor do Skype e do Hotmail, e um fundo mineiro, conseguindo R$ 5 milhões de financiamento. Assim que o valor foi injetado, as operações decolaram conquistando, após um ano, 8 das 10 maiores emissoras do país.

O conceito de software como serviço e arquivos na Nuvem já era um futuro vislumbrado naquela época e a Samba Tech foi uma das primeiras empresas a oferecer a novidade no mercado, fazendo com que as empresas possam transmitir seus vídeos através da Internet, TVs conectadas e dispositivos móveis. Em 2015, a Samba Tech distribuiu mais de 500 milhões de vídeos para cerca de 300 clientes — entre eles Grupo Abril, TV Globo, SBT, O Boticário, Azul Linhas Aéreas, Fundação Dom Cabral, Hospital Albert Einstein, entre outros.

Em fevereiro de 2012, foi anunciada a joint venture com a Adstream, empresa australiana especializada em serviços para publicidade digital, nascendo a Adstream Samba. No mesmo ano criou-se a Samba Ads, especializada em publicidade em vídeos. Já em  2013, criou a Holding Grupo Samba, recebendo aporte do investidor-anjo Florian Otto, fundador e ex-CEO do Groupon Brasil e mais 500 mil dólares de outros quatro investidores.

Premiado por duas vezes como CEO do ano (Pequenas Empresas Grandes Negócios e The Next Web),  influencer oficial do LinkedIn – ao lado de grandes outros, como Bill Gates- o empreendedor também lançou o livro Pense Simples, já considerado best seller.

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